quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mensagem com destinatárias

Tenho estado muito ausente, porque a aposentação dá uma "cansêra", que nem tempo tenho para vir aqui. Tenho duas fiéis seguidoras (?), que merecem algo especial, se é que ainda tentam espreitar-me... Então, para as minhas amigas "Rosa" e "Carol", aqui fica:

Poema do Gato

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?

Sempre que pode
foge prà rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.

Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.

Quando abro a porta corre para mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semicerrados, em êxtase,
ronronando.

Repito a festa,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos, abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.

Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?

Conheciam o poema? quem é o(a) seu(sua) autor(a)?

3 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Tens que começar a mandar um SMS a dizer que tens um post novo! :-))
Agradeço o poema que já conhecia mas que muito aprecio!

Abraço

Graça Sampaio disse...

Só hoje li e agradeço pela parte que me toca. Não sei quem é o autor mas gosto. Os gatos são mesmo assim. Mas não rosnam, fazem ron-ron...

Beijo.

Soledade disse...

É do António Gedeão, segundo diz a minha gata, a Jade :-)

http://arcadajade.blogs.sapo.pt/46877.html