Tenho estado muito ausente, porque a aposentação dá uma "cansêra", que nem tempo tenho para vir aqui. Tenho duas fiéis seguidoras (?), que merecem algo especial, se é que ainda tentam espreitar-me... Então, para as minhas amigas "Rosa" e "Carol", aqui fica:
Conheciam o poema? quem é o(a) seu(sua) autor(a)?Poema do Gato
Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prà rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre para mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semicerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos, abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prà rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre para mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semicerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos, abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
3 comentários:
Tens que começar a mandar um SMS a dizer que tens um post novo! :-))
Agradeço o poema que já conhecia mas que muito aprecio!
Abraço
Só hoje li e agradeço pela parte que me toca. Não sei quem é o autor mas gosto. Os gatos são mesmo assim. Mas não rosnam, fazem ron-ron...
Beijo.
É do António Gedeão, segundo diz a minha gata, a Jade :-)
http://arcadajade.blogs.sapo.pt/46877.html
Enviar um comentário