quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma semana de férias

Desta vez foi uma semana de ausência de Leiria e para fora do país, embora na Península Ibérica. Fomos a Barcelona, de comboio. Já não foi a primeira vez que o fizemos, a primeira por razões de saúde (tinha sido operada a um ouvido e não podia andar de avião) e esta por solidariedade para com um amigo que não viaja de avião e gostava de ir connosco. Para além de rever alguns locais e monumentos, tivemos a oportunidade de conhecer novos e de assistir a espectáculos, o que nunca tínhamos feito.
Assim, revisitámos o Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA), que tem alguns espaços anexos que não conhecíamos e as exposições temporárias são sempre excelentes (numa delas expunham-se maquetas e cartazes relativos a projectos de arquitectura finalistas de concurso internacional em que estava um português - irmãos Mateus). Também a Sagrada Família foi revisitada, agora com a alteração inaugurada neste ano de 2010 - a cobertura. É impossível ficar indiferente ao génio de Gaudi, que a projectou e deixou tudo em condições de ser continuado e acabado por outros; até os móveis, as portas, as fechaduras, os meios de iluminação e muitos pequenos pormenores foram considerados na "herança" que deixou. As obras continuam e o seu termo está previsto para 2030 (leram bem - 2030!)
Quanto a coisas novas, visitámos a zona do Forum, de arquitectura contemporânea, incluindo o porto, ainda em fase de acabamento e, um pouco mais no interior, a Torre AGBAR; vimos ainda a Casa Batlló (agora aberta ao público), também de Gaudi, no Paseo de Gràcia, onde comemos na cafetaria (numa das salas da Casa).
Saindo de Barcelona, aproveitámos um dia para visitar Tarragona, cidade do litoral, com praias e porto. Fomos novamente de comboio, este normal, levando cerca de 1 h. É uma cidade muito interesante, com um centro arqueológico que é, desde 2000, património da Humanidade. Um anfiteatro muito bem conservado, um circo romano, uma fortaleza com a muralha dotada de torres muito interessantes, bem conservada, são algumas das preciosidades que pudemos ver. Do cimo da Torre de Pretório tem-se uma vista panorâmica excelente sobre a cidade.
Depois, noutro dia, fomos a Montserrat, a cerca de 40 km de Barcelona, novamente de comboio (inicialmente metro, saído da Praça de Espanha) até uma estação onde se apanhou um outro comboio, de cremalheira (próprio para subidas de grande inclinação), chegando à plataforma onde só monges podiam lembrar-se de construir um Mosteiro (beneditino). Claro que hoje não há o silêncio e o sossego beneditinos; o local é "Fátima" de Barcelona. Naturalmente, pela sua situação geográfica, não pode comparar-se em termos de número de peregrinos, mas é um importantíssimo pólo turístico, não só religioso mas também da natureza. O principal (para alguns) é o Santuário e o Mosteiro, mas, dada a sua situação geográfica, para acolher os visitantes tem as infra-estruturas necessárias: restaurante cafetaria self-service, bar, Museu, Sala de Auidiovisuais, WC, uma loja enorme com variados produtos compráveis por turistas. É também desta plataforma que se pode aceder, pelo funicular S. Juan (quase na vertical), a um dos cumes do impressionante maciço rochoso, onde é possível fazer caminhadas a pé e se pode apreciar uma paisagem extensa e linda. Tivemos essa experiência. Outro funicular (Santa Cova) permite descer a uma Gruta, mas aí já não fomos, por razões de tempo, uma vez que tínhamos bilhetes comprados para um espectáculo que não queríamos perder.
No que respeita a espectáculos, uma vez que queríamos ir a um no Palau de la Musica, tentando conciliar as visitas que queríamos fazer com o que havia de oferta, acabámos por ir primeiro ver "Opera y Flamenco", num Teatro das Ramblas que não conhecíamos (Poliorama) e, depois, um concerto de guitara no dito Palau. Qualquer deles foi muito bom. Apesar de julgar serem espectáculos a pensar nos muitos turistas que visitam Barcelona, apresentam coisas de qualidade, dando a conhecer a sua música e a sua dança. No primeiro, intercalava-se música e dança flamenga (dois bailarinos que actuavam a solo e em par) com excertos de óperas bem conhecidas (Carmen não podia faltar) cantadas por uma soprano e um tenor, acompanhados de um Ensemble da Orquestra de Ópera de Barcelona. Foram dois bons momentos artísticos, que completaram o "banho" de Artes que Barcelona proporciona aos visitantes.
Nota: Depois de 3 dias de luta inglória para pôr fotografias e as respectivas legendas, desisti e vou tentar pô-las na mensagem seguinte

2 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Não precisei de ler tudo para saber que fizeste uma excelente escolha!:-)
Tenho de voltar a Barcelona...
La Boqueria, não se se escreve assim, um mercado cheio de cor, movimento, cheiros ficou-me no goto...
E o Palau da Música que ficou por ver por estar em obras...


Abraço

map disse...

La Boqueria era mesmo perto do hotel onde ficámos. Quanto ao Palau, onde já tinha ido em visita guiada, é uma obra de arte impressionante e as condições acústicas excepcionais. Também na 1.ª vez que lá fui, estava em obras.
Com o teu "companhon de route" (está bem escrito?) podes fazer a viagem de carro em duas etapas, conduzindo alternadamente (o que eu não posso fazer). Vale a pena, de facto. Força, a Barcelona!