domingo, 14 de novembro de 2010

Madeira profunda

Na sequência da mensagem anterior, vou deixar-vos algumas impressões sobre a viagem à Madeira.
Andámos pelas ruas do Funchal, reconhecendo alguns dos locais que, por más razões, já tínhamos visto na televisão quando a Madeira foi atacada prela fúria da Natureza. Tenho de reconhecer que, considerado o tempo passado desde a catástrofe, ninguém diria que foi atacada da forma que todos tivemos a oportunidade de ver. Há obras, mas isso é normal em qualquer cidade. O que mais me impressionou foi ver a profundidade das ribeiras onde as águas cavalgaram os seus limites, com um pequeno riacho correndo lá no fundo.
Para além da visita ao Funchal, que fomos observando ao longo dos 5 dias em que estivemos na ilha, fizemos visitas aos locais turisticamente aconselhados, mas não nos circuitos de autocarro oferecidos; preferimos fazê-los de taxi. Assim, após uma conversa com um dos taxistas do Funchal, resolvemos fazer com ele as visitas à zona central, oeste e leste da ilha. Isto permitiu-nos ir a sítios onde não vão os autocarros e guiados por um madeirense que esteve emigardo em Inglaterra durante 20 anos e que conhece muito bem a ilha, mostrando as belezas turísticas, mas também locais onde são visíveis as más condições de vida de uma grande parte da população, particularmente fora do Funchal, nas zonas piscatórias e rurais. Muito crítico relativamente a Alberto João Jardim, considera que o apoio que ele tem se deve ao grande nível de ignorância de muitas faixas da população (novidade!). Como passámos lá um dia feriado, dia em que se festejava em Curral das Freiras a festa da castanha, cruzámo-nos com ele quando íamos para lá; abrindo o caminho, os batedores não deixaram passar o "rei" sem dar nas vistas. O nosso motorista mostrou-nos alguns produtos da Madeira que desconhecíamos. Assim, ficámos a conhecer as pitangueiras, as pereiras (lá chamam assim à árvores que dão abacate), as pimpinelas (abóboras pequenas, cuja cultura se expande rapidamente, invadindo as outras), para além dos socalcos de bananeiras, a cana do acúcar e a vinha. Naturalmente, apesar de o fogo a ter atingido, ainda vimos a floresta madressilva. Paisagens lindíssimas na Eira do Serrado (miradouro para ver o Curral da Freiras), no Pico do Arieiro e no Cabo Girão, só para citar alguns.

2 comentários:

Graça Sampaio disse...

Uma das vezes que fui à Madeira fazer formação também me calhou no dia do Curral das Freiras. E resolvi ir de camioneta para lá... Foram horas para lá e ara cá. Mas foi "muita" giro!

map disse...

Quando eu conseguir chegar às minhas fotos, ponho algumas no blog. Dá para ter uma ideia e poderás rever essa viagem (imagino o tempo que levaste...)