Tive a oportunidade de participar ontem na homenagem prestada pela Câmara Municipal da Marinha Grande ao escultor Joaquim Correia, nascido na "cidade do vidro", fez ontem 90 anos. A homenagem teve lugar no Museu com o nome do escultor, que acolhe um valioso espólio da obra do artista, posto á disposição da autarquia pelo escultor e sua família. Dada a dimensão do espólio, houve que ampliar as instalações, nomeadamente com a construção de um pavilhão para acolher as peças de maior dimensão, que não era possível expor no edifício-base do Museu. Para além do mais, acompanhei a visita guiada pelo artista, ouvindo as suas explicações, quer pas peças expostas, quer de alguns episódios da sua vida como artista e como docente. A lucidez e condição física demostradas, subindo naturalmente os três pisos do edifício, deixou-me encantada.
Chegar aos 90 anos nas condições do mestre Joaquim Correia, vale a pena.
De facto, continua a trabalhar com o entusiasmo com que iniciou o sonho de ser artista, em criança (das peças expostas consta uma feita aos 13 anos).
Depois, na sessão solene (aberta e terminada com a participação do Ensemble Concertante de Guitarras da Escola de Música do Orfeão de Leiria, dirigido pelo maestro Mesquita Lopes), tive a oportunidade de ouvir falar da pessoa, do professor, do director da Escola de Belas Artes de Lisboa e do artista, por dois ilustres oradores amigos do escultor e conhecedores da sua carreira aos diferentes níveis, para além dos discursos mais ou menos formais dos responsáveis pela Cãmara Municipal; as intervenções orais encerraram com algumas palavras do artista e, extra-programa, com um agradecimento sentido dos filhos do mestre, reunidos à volta da que tomou a palavra, a Teresa. Gostei da visita e da sessão, porque fiquei a conhecer melhor a pessoa e a obra do escultor e também a aceitar algo que tinha "atravessado": Leiria ter perdido a oportunidade de instalar na cidade o Museu Joaquim Correia, que por este lhe foi sugerida. De facto, faz muito mais sentido ele estar na Marinha Grande, porque se respira este concelho na obra exposta naquele Museu (em particular "o vidreiro" e S. Pedro de Moel, único motivo das pinturas do artista).
A quem não conhece, recomendo a visita.
2 comentários:
E aqui tão perto de onde estou! :-))
Abraço
Leiria é sempre a mesma coisa! Deixa passar tudo. Enfim! Vamos esperar que a nova Câmara, com nova inspiração sócio-política (e sem dinheiro...) consegue fazer melhor!
(A esposa do Mestre foi minha "colega" na Escola Paula Vicente no Restelo, em 73/74, quando fiz estágio - já lá vão 500 anos...)
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