Conforme prometi, vou tentar contar alguma coisa sobre as minhas escapadinhas de Julho e Agosto.
Quanto a Julho, estive em Lagos, como já subtilmente referi no texto anterior; a filha e os netos estavam lá num apartamento com uns primos e nós fomos para um hotel, mesmo perto deles e da praia que frequentavam - D.ª Ana. Há alguns anos estive nesta mesma praia, mas íamos de carro para fora da cidade; agora a praia está perfeitamente integrada na cidade, com transportes colectivos a servirem-na. Tive a oportunidade de verificar, in loco, a irresponsabilidade de muitos cidadãos (portugueses e estrangeiros) que se atreviam a estar junto das falésias, que estão visivelmente a desmoronar-se (não é preciso ler avisos, é só olhar para elas). O nosso Algarve ou Allgarve, como queiram, foi atacado fortemente há década atrás e agora não sei o que pode ser feito. Infelizmente, em Agosto, não em Lagos mas em Albufeira, uma tragédia veio alertar as autoridades. Será que agora se vai encontrar maneira de evitar situações idênticas? A vida dos que lá ficaram ninguém devolve...
Depois, outro ponto quase no limite norte deste rectângulo - Bragança. A cidade nada tem a ver com a que conheci há alguns anos atrás; não havia muito trânsito nas horas de ponta, porque estávamos em Agosto...(esta afirmação só é entendível por algumas amigas que me acompanharam na última ida lá). Para além da renovada cidade, onde visitei o Museu Abade Baçal, já meu conhecido, mas também renovado, tive a oportunidade de visitar o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, onde, para além da colecção permanente desta artista, está uma exposição temporária com as obras da Paula Rego que constituem a colecção particular de Manuel Brito. No final da nossa estadia em Bragança, no domingo, fomos desafiados para irmos assistir a um campeonato de "Chegas" (luta de touros), em Vinhais. Com algumas reservas, porque receávamos que fosse um espectáculo violento para as crianças, lá fomos. Tratava-se das meias finais de um campeonato; a final terá tido lugar no domingo seguinte. A luta é entre pares de touros; os que estiveram em acção tinham nomes particularmente curiosos, nomeadamente Mantorras e Mourinho, para além de Amarelo, Pardal, etc.. O objectivo é, após colocar os dois touros na arena, fazer com que eles se cheguem naturalmente um ao outro, lutando "cornos a cornos", marrando um no outro. Caso não se cheguem naturalmente, dois homens procuram provocar a aproximação e, caso ela não aconteça, a prova termina com a vitória do touro que menos activo se mostre na função. Ora, nos três primeiros pares, não houve quem os chegasse. Os touros olhavam para o público, mas nem se aproximavam do adversário. Os espectadores começaram a perder a paciência e aí houve outro espectáculo, este sonoro: as expressões vernáculas contra os touros e a organização, reivindicando a devolução do dinheiro pago pela entrada. Finalmente, o quarto par marrou a sério, embora por pouco tempo, mas deu para ver a tal "chega"; o quinto consolou o pessoal, com oito minutos de luta intermitente. O vencedor é o que mostra querer continuar a luta; o vencido é o que foge a ela. Quer o Mantorras, quer o Mourinho saíram derrotados...
Não vimos o espectáculo até ao fim, porque a hora era avançada e a estrada um pouco "enjoativa" para as crianças. A nossa intenção de sair nesse dia para dar um salto a Espanha foi abandonada e ficámos mais uma noite em Bragança, partindo no dia seguinte, pela manhã.
O destino era Valladolid, cidade que não conhecíamos e que fica a cerca de 200 Km de Bragança. A procura de hotel foi difícil, uma vez que queríamos ficar no centro e as possibilidades de estacionamento eram poucas. Finalmente conseguimos o objectivo e, pela primeira vez, ficámos em regime de meia pensão. O preço era acessível e a localização óptima; quanto ao estacionamento, tínhamos um lugar na garagem de um prédio nas traseiras do hotel, com a curiosidade de a deslocação do carro para a dita ser feita de elevador. Arrumado o carro, iniciámos o percurso pela cidade, a pé, como sempre. Fomos ao Turismo para recolher informações e adquirimos um guia com indicações de percursos pela cidade, curiosidades e esclarecimentos muito úteis. É uma cidade interessante, com um rio que a atravessa e várias pontes, uma das quais pedonais que nos conduz ao moderno Museu da Ciência. Aqui tive um encontro imediato com...Einstein (não podia deixar de ser!). Sério! Ora vejam:
Uma curiosidade: o principal jardim do centro da cidade é o Jardim do Campo Grande. Como já é tarde e o sono está a apertar, fico por aqui. Voltarei a Valladolid num próximo encontro.
3 comentários:
Ora ainda bem que este blog se deixou de preguiças e veio iluminar
de novo o espaço.Novos dados,novas tentações.Gostei muito do Einstein
que de certeza veio ali para lhe dar as boas-vindas e...claro do resto.A" piquinha "da Rosa valeu a pena.Abraço
Obrigada Kristal. Talvez porque disfarçado com o K, para mim não é límpido este Cristal. Será que pode dar uma pista? Sempre entramos nos enigmas de que a nossa Rosa gosta tanto...
Retribuo o abraço
Cara Amiga
Elementar,elementar,cara Amiga,a pista da Rosa não chegou?Pois foi ela que aqui em casa me indicou o seu post e lamentou os espaços temporais dos silêncio dos seus posts.Vá lá,estivemos eu ela e outros de boca aberta a seguir as suas informações sobre o Buraco Negro no Club do Livro.Abraço
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