Sabia que o ia encontrar na 5ª feira. Mas, mais de 30 anos passados sobre o nosso primeiro encontro, como estaria? O que faria? A esta pergunta tive facilmente resposta ao ter acesso ao seu curriculum vitae. É hoje juiz; aplica o Direito, especificamente na área da Família e Menores. Está no sítio certo, pensei.
Conheci-o menino, excelente aluno, no sentido que dou à expressão. Não tinha apenas boas notas, era educado, sensível, criativo, solidário, enfim... Decerto teria os seus defeitos, mas não consegui aperceber-me deles naquele já longínquo 76/77.
Ele não sabia que eu estava lá. Vi-o à distância, homem feito, já quarentão, com salpicos de branco nos cabelos. Fui ao seu encontro. Quando me viu, abriu ainda mais os seu expressivos olhos e manifestou uma alegria que fez aquele momento, por mim esperado, ainda mais emotivamente denso. Relembrámos, depois, durante um jantar, cenários e personagens que fizeram parte da peça de que também fomos actores, representada no Teatro 9J, no ano do nosso primeiro encontro. Foi bom!
Há professores que deixam marca nos seus alunos. Mas, como já tive oportunidade de afirmar noutra ocasião, há também alunos que marcam os professores para toda a vida. Ele foi, para mim, um deles. Por isso, a minha vontade de o reencontrar. E agora que o consegui, não o vou perder de vista. Vou espreitá-lo, de vez em quando, ao jardim onde ele tem uma das flores de que mais gosto - a magnólia.
3 comentários:
Era uma 5ª feira. Inesperada. Perto da noite boa conselheira e melhor passageira.
Vi-a e logo a reconheci - ela que me ensinou a linguagem dos átomos e das moléculas, estava linda e respeitável. Foi uma das MINHAS professoras do MEU Liceu. Aquele que mais me deixou saudades. E lembrei a Amélia, a Cecília, a Violeta, a Julieta, o Nogueira, a Conceição, a Nídia, a Helena, a Isabel, o Barge e seus estagiários...
E o Saul, o Gouveia (picasso de todos nós), a Emília, a Paula, a Fernanda, as Anas Margaridas, o Tozé Laranjeira, a Júlia, a Colette, a Francelina, o Ângelo...
Ao som da Mafalda, fiz-me menino de novo e abracei a teoria da relatividade com a força dos tempos, com a magia das névoas.
Já chorei por nós, acredite, "Drª Adelaide".
Cá virei. para lhe deixar um odor a magnólia...
E graças a esse reencontro -que falhei - puseste-nos em contacto. Subscrevo inteiramente o que dizes - e fiquei grata e emocionada com o que eles escreveu sobre nós duas.Valeu, sim, a pena, termos sido professoras...
Enviar um comentário