quinta-feira, 8 de maio de 2008

Problemas de crescimento

Lembro-me de ter ido um dia ao médico com a minha filha, que se queixava de algumas dores nos ossos, tendo eu admitido serem dores de crescimento, de que já ouvira falar. Ele disse-me com ar sabedor: ó minha senhora o crescimento não dá dores!
Ele tinha obrigação de saber mais que eu naquela matéria... Mas será que não há dores de crescimento, ainda que não nos ossos?
Com as instituições, tal como com os filhos, a preocupação e a protecção excessivas dão mau resultado e eles, às vezes, quando crescem, seguem caminhos que não eram os que desejávamos. Mas crescer tem destas coisas... Gostávamos mais que continuassem crianças, mas, como o povo diz (e ele é sábio!), "filhos criados, trabalhos dobrados".
Quando os Serviços ou as Instituições crescem muito, demasiado, e a "família" não tem condições sociais para garantir um crescimento equilibrado, é natural que surjam pequenos problemas, que vão crescendo, qual bola de neve; há novos protagonismos, desigualdades, reais ou imaginárias, que vão minando as relações, quando os problemas não são tratados em devido tempo e esclarecidas as dúvidas que pairam no ar.
O crescimento faz-se à custa do trabalho de muito poucos, que são eventualmente sobrecarregados e, que por isso mesmo, se sentem depois cansados e injustiçados.
Com a massificação, esvai-se o clima familiar do local de trabalho, criam-se pequenos grupos que se degladiam, agridem, ainda que inconscientemente, atingindo por vezes outros que não estão em qualquer grupo e que apenas querem dar o seu melhor (ou o que julgam sê-lo). É fundamental que a “doença” seja diagnosticada a tempo e que se procure o melhor tratamento para a eliminar ou, caso isso não seja possível, para reduzir a dor. Em qualquer dos casos, não tenho dúvidas de que o diálogo faz parte da receita.

2 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Depois de uns dias afastada da blogosfera por motivo de dores, não de crescimento, antes pelo contrário, deparo-me com este teu post tão sábio!
Abraço

map disse...

Com que então atacada pelas dores da DNA? É a fase do "Com dor", não é?
Espero que estejas a melhorar. E o nosso jantar lá foi adiado! Já tenho saudades daquela "cena" de falarmos todas ao mesmo tempo e não termos tempo para "pôr a escrita em dia"; mas é um remédio para algumas dores...